Líderes de treinamento e desenvolvimento expressam, mais do que nunca, o desejo deles de não ser restringidos por regras. Eles desejam fazer o que é certo e não o esperado. As abordagens que as startups usam, como determinar segmentos de mercado, problemas, necessidades funcionais ou emocionais e colaboração interativa, podem ter um impacto poderoso no T&D. Por isso, neste artigo, falaremos sobre a importância do intraempreendedorismo neste processo.
Você irá descobrir como pode aproveitar as técnicas dos empreendedores para descobrir as necessidades de negócios, desenvolver um sistema de aprendizagem e implementá-lo em sua organização, lado a lado com seus parceiros de negócios. Vamos chamar isso de “Intraempreendedorismo para o treinamento e desenvolvimento”. Confira!
A importância do intraempreendedorismo para promover o T&D
Atualmente, como líderes de T&D, já pensamos em quais públicos podemos ajudar, o que eles precisam aprender e como podemos entregar esse conteúdo. Infelizmente, temos dificuldade de despertar o interesse dos parceiros de negócios sem que isso desencadeie uma nova liderança, uma fusão ou uma interrupção externa dos negócios. Talvez você já tenha pensado: “Tenho ótimas soluções, mas, porque não tenho compradores?”
Se já pensou, você não está sozinho! O problema é que essa natureza humana nos inclina a procurarmos soluções individualistas, olhando apenas em torno de nós mesmos. Fazemos isso ao revelar o porquê os alunos precisam aprender, o que eles precisam para aprender, e como eles precisam aprender. Nesses casos, somos como martelos e vemos o mundo como pregos.
Em vez disso, temos que esquecer de nós mesmos. Os intraempreendedores pensam no comprador e também no comprador do comprador. Neste caso, os compradores são nossos parceiros de negócios, e os compradores deles são os departamentos da organização.
Como é o mundo do ponto de vista deles? Quais são seus objetivos? Quais são os seus problemas? Quais são os custos emocionais e práticos desses problemas? Como eles estão resolvendo esses problemas hoje? O que podemos fazer para atender a essas necessidades? O que define o sucesso para eles, desde indicadores principais até indicadores de resultado? Qual avaliação temos sobre as soluções possíveis? O que podemos criar gratuitamente para testar as soluções mais arriscadas? De quem precisamos para tornar essa ideia realidade?
Como utilizar o intraempreendedorismo para o treinamento e desenvolvimento?
Confira abaixo os passos para utilizar o intraempreendedorismo como uma abordagem prática para o T&D:
Etapa 1: Defina o comprador, o comprador do comprador e suas necessidades
Se você olhar em toda a sua empresa, poderá agrupar os departamentos por função, posição, mas também por necessidade. Essa necessidade pode ser um tipo de problema de negócios, como alto crescimento, baixo crescimento, mudança de geração, etc.
Ao conversar com chefes de departamento e colaboradores, você pode fazer perguntas abertas como: “O que está funcionando para você? O que você mudaria se tivesse uma varinha mágica? Por que você mudaria isso? O que pode parecer diferente daqui a um ano? Por quê?” Fazer essas perguntas a várias pessoas proporcionará um entendimento profundo das necessidades delas, tanto no nível prático quanto no emocional.
Se você puder fazer isso em vários departamentos, poderá descobrir grupos de pessoas com os mesmos problemas, o que significa que mais pessoas podem ser atendidas por uma única solução. Aqueles que mais sofrem com os mesmos problemas são os mais suscetíveis a serem os seus possíveis parceiros. Por fim, lembre-se: na medida do possível, evite já pular para a solução de problemas nesta fase.
Etapa 2: Defina a lacuna e os custos
Para qualquer problema de negócios mencionado, pense: como eles estão atendendo a essas necessidades hoje? Eles estão fazendo algo? Eles estão usando soluções desenvolvidas internamente junto aos serviços que você está oferecendo?
Agora é a hora de quantificar as lacunas em termos de tempo, dinheiro e emoções. Em uma tabela, liste os problemas que eles têm, as soluções implementadas, o tempo, dinheiro e custos emocionais de cada um.
Caso de exemplo
Imagine um banco com 100 gerentes. Os gerentes não têm permissão para tomar certas decisões financeiras quando o orçamento está acima de US$1 milhão, mas abaixo de US$5 milhões. O custo de capital é de 3%. Leva 4 dias extras para que um diretor pondere. 10 desses 100 gerentes foram identificados como de alto potencial. Confira abaixo a tabela:
Você provavelmente já tem o KPI em vigor com base na estratégia corporativa e em como eles estão definindo o sucesso financeiro e operacional, incluindo KPI adiantado e atrasado. Portanto, agrupe o KPI ao KPI interno (como satisfação, alinhamento de competências, tempo de liderança, recrutamento, retenção) e ao externo (como aumento de vendas em uma área específica, pontuação líquida do promotor ou rendimento por geografia). Isso evitará a armadilha do ROI, pois você pode provar que o resultado valeu a pena. O ideal é que você desenvolva o KPI com um colega de finanças.
Etapa 3: Faça um brainstorming da solução com base nas necessidades e KPIs com seus compradores
Neste ponto, você já tem uma compreensão profunda e em primeira mão das necessidades, custos e como o sucesso será medido. Você também tem um diálogo aberto com as áreas de negócios e seus alunos. Portanto, organize uma sessão de brainstorm com as áreas, alguns alunos e o líder financeiro.
Comece definindo o problema e certifique-se de que todos tenham suas ideias compartilhadas. Embora acreditemos que a cultura do aprendizado é a raiz do sucesso da empresa, eles podem ter outras visões. A combinação do aprendizado com aquilo que eles prezam é poderosa, assim como o brainstorm de soluções que incluem aprendizagem e outros métodos.
Reconheça que está fazendo suposições e as documente dessa forma. Uma distinção poderosa é dizer “Eu sei” com base na pesquisa e “Eu acredito” com base no instinto. Após duas horas, você deve ter uma lista de ideias para experimentar com base nas principais necessidades.
Etapa 4: Aprenda com a experiência e a repetição
Aceite as ideias com maior potencial e, em seguida, pense em quais você precisa testar primeiro. No exemplo do gerente de banco, se a maior suposição é se a organização sabe o que significa liderança, então implantar um programa para 90 pessoas pode apresentar muitos riscos por não saber mais profundamente o que abranger. Uma solução pode ser passar 30 dias trabalhando com 5 pessoas aleatórias dessas 90. Assim, você irá entender o que as competências de liderança significam para elas em vez de como a organização as definiu.
Isso elimina o risco de usar pessoas em vez de softwares. É gratuito e trará muitos benefícios. Chame isso de demonstração, experimento ou teste beta para fazer com que as pessoas entendam que algumas partes irão funcionar e outras não, mas que no fim, aprenderão muito. Afinal, falha não é fracasso. Aprender com os experimentos é sempre uma vitória, pois você pode empilhar o aprendizado para aumentar o impacto subsequente do seu acúmulo de experiências.
Coloque as necessidades do negócio em primeiro lugar
Você notará que ainda não estamos falando de ferramentas, pois podemos não saber se precisamos realmente de um “martelo”. Colocar as necessidades do negócio em primeiro lugar e ver como o aprendizado as apoia, permite que você conduza a discussão, já que a maioria dos líderes são bons pensadores operacionais, mas esquecem como o aprendizado pode ter um efeito multiplicador! Isso manterá toda a equipe focada nos resultados certos e, como as pessoas apoiam o que criam, crie aliados para acelerar a implementação.
A boa notícia é que existem líderes de negócios em sua empresa que pensam da mesma maneira, estando dispostos a se oferecer para o teste e para ver os resultados com antecedência. Você pode encontrar outros intraempreendedores em sua empresa que, por sua vez, podem ser seus melhores promotores! Você provavelmente já pode pensar sobre quais departamentos mais precisam de ajuda hoje.
Agora é a hora de colocar em prática!
Os benefícios dessa abordagem incluem evitar se perder na seleção de ferramentas e comparação de recursos, concentrando-se nas necessidades e resultados de negócios para criar um caso de negócios simples e sólido. Você também pode resolver problemas que vão além do próprio T&D conforme você se torna o arquiteto multifuncional, sem ter que fornecer 100% da solução. E o intraempreendedorismo é um forte sinal de uma organização que aprende. Você então está no caminho certo!
Essa combinação de focar nas necessidades do comprador, criar um plano de negócios sólido para o aprendizado como parte da solução e iterar entre as funções é a coragem em ação. É o que torna os empreendedores bem-sucedidos e o que pode torná-lo conhecido como especialista em Intraempreendedorismo para Treinamento e Desenvolvimento. É divertido e estimulante para as equipes!