Dicas de T&D

Geração Y: as características e a conduta no mercado de trabalho

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Geração Y

Escrever sobre como engajar toda uma geração é uma tarefa fantástica. Surge a pergunta: como alguém pode tirar conclusões gerais sobre um grupo imenso de pessoas? Será que todos da tão chamada geração Y pensam da mesma maneira? De jeito nenhum. 

Vamos entender melhor no decorrer deste artigo.

Quem faz parte da geração Y?

A expressão “geração Y” coloca num grupo mais pessoas do que deveria. Considera-se que os jovens dessa geração nasceram entre 1980 e 2000, embora isso possa variar. Conforme eles foram adentrando o local de trabalho, as empresas constataram uma enorme queda no engajamento do colaborador – a mais baixa em dez anos. Por quê?

Quais as características da geração Y?

O comportamento da geração Y acaba sendo influenciado pela criação, com pais que investiram tempo e dinheiro na educação de seus filhos, e pelo ambiente tecnológico, proporcionado pela evolução dos últimos anos. Isso contribuiu para a formação de uma geração que possui algumas características marcantes na chamados millennials. São elas:

1. Multitarefas

Uma das principais qualidades da geração Y é a capacidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Isso acontece por conta da facilidade que esses indivíduos têm de receber diversos estímulos simultâneos e conseguir lidar muito bem com eles sem perder o rendimento.

2. Influentes

Embora a evolução das organizações esteja quebrando os padrões engessados da hierarquização, ainda existem algumas empresas que os preservam. Influentes, a geração Y não se importa com a construção de uma hierarquia tradicional, o que pode ser um problema em algumas empresas. Eles acreditam que o poder de influência e a liderança são posições que precisam ser conquistadas, e não impostas.

3. Anseiam por feedback

A cultura do feedback ganhou muito poder nos últimos anos, por meio da necessidade e valor que os millennials empregam a ele. Por serem figuras em ascensão no mercado de trabalho, desejam, por meio do feedback, maior segurança em suas ações. Com isso, o retorno, positivo ou negativo, é um meio pelo qual eles adquirem a confiança necessária para crescer.

4. Flexíveis 

Outra característica marcante da geração Y é a flexibilidade. Os millennials não costumam se importar muito com os horários, principalmente quando ocupam um cargo de chefia. Ou seja, para conquistá-los é necessário oferecer não apenas horários flexíveis, mas também meios de trabalho diversos, como o home office.

5. Trabalham com diversão

Para essa geração, o trabalho e a diversão andam juntos. Os millennials não têm nenhum constrangimento em fazer brincadeiras durante o expediente. Por isso, normalmente, procuram trabalhar com aquilo que gostam. Desse modo, suas ocupações passam a não ser encaradas como mera obrigação.

6. Questionadores

Os millennials também são questionadores. No trabalho, eles costumam pensar fora da caixa e questionar antes e durante a realização de uma tarefa. Não por duvidar, mas por buscarem a certeza do que estão fazendo e os motivos de estarem agindo daquela forma.

7. Procuram pelo bem-estar

Para essa geração, o bem-estar está acima de qualquer coisa. Diferentemente de seus pais e avós, os millennials não sacrificam a qualidade de vida pelo trabalho. Eles podem até levar um pouco de trabalho para casa, mas não ficam satisfeitos com a realização de horas extras.  

8. Ansiosos

A cultura imediatista da internet impactou diretamente os millennials. Com isso, eles costumam ser ansiosos e querem tudo para ontem. Ansiosos, eles são intolerantes a atrasos e mantém o seu foco no curto prazo.

Geração Y no mercado de trabalho

Na verdade, 60% da geração Y permanece em um emprego por menos de três anos e essa rotatividade custa bilhões para as empresas anualmente. Resumo da ópera: os jovens da geração Y procuram empresas que tenham princípios e valores semelhantes aos seus. 

Certo, mas e como vamos retê-los? Em um relatório recente, uma instituição de treinamento sugere algumas dicas para que isso aconteça. O interessante é que as ideias servem para lidar com todos os colaboradores, não só os da geração Y, e desenvolvê-los ao máximo, o que não é uma ajuda, mas uma vantagem para a empresa.

A geração Y tem ciência de que o desenvolvimento profissional é segredo para o sucesso 

O treinamento e o desenvolvimento são as maiores vantagens para os milênios em um emprego. Eles querem se desenvolver porque entendem que essa é a melhor maneira de subir na empresa e na carreira. É curioso se perguntar quantos baby boomers com experiência ou já no fim da carreira gostariam de ter a oportunidade de atualizar suas competências.

A principal preocupação para a geração Y é se ocupar de tarefas com sentido

“A geração Y está em constante busca por sentido e ela demanda isso mais do que nunca. Quanto mais você oferecer treinamentos sobre por que sua empresa existe e o que ela está fazendo para ajudar as pessoas, melhores chances você terá na retenção de jovens talentos.” Parece que a geração Y está dando corpo para o que ficou na pauta dos baby boomers por tanto tempo: uma vontade de tornar o mundo um lugar melhor.

A geração Y quer autonomia para decidir como fazer seu trabalho 

Esse é o famoso “me diga o que fazer, mas eu decido como, quando e onde vou entregar para você”, que tem sido por muito tempo a base de uma boa gestão. Os militares chamam isso de ‘ordem de missão’ e ‘resultado desejado’, mas vamos entender como ‘tarefa’ e ‘meio de alcançar o resultado’. A geração Y é a primeira geração que cresceram com tecnologia. Não só se sente confortável com a tecnologia, mas gosta de usá-la – e da flexibilidade de tempo e espaço oferecida. Desde que faça esforços e obtenha resultados, um considerável número de milênios trabalhará bem quando puder escolher suas condições de trabalho. (Essa é outra característica da geração Y e uma verdade para algumas pessoas das gerações passadas.)

A geração Y não quer seguir as “regras” do passado 

Isso é bom para o negócio. A geração y não quer quebrar as regras ou brincar de fora da lei. O que ela busca são novas formas de fazer as coisas. Ela quer mudar as coisas para melhor.

A geração Y sempre quer saber mais 

Ela até pode falar muitas vezes “é muita informação”, mas nem sempre é o que acha. Ela está acostumada com aparelhos que oferecem informação quando quiser e precisar. Ela gosta dos conceitos de big data e data mining, e de encontrar respostas quando se tem bastante fatos. Ela quer informações completas e honestas, e um tempo para descobrir o que aquela informação significa. Dê isso a ela!

É necessário adaptar o T&D para as gerações?

Muitos artigos desse blog já apontaram a necessidade de treinamentos individuais, adaptados, até onde possível, às vontades e aos estilos de aprendizagem de cada pessoa. Querer individualidade é uma característica da geração Y (assim como maior abertura e aprendizagem colaborativa), é também da geração anterior a ela, a dos baby boomers. No entanto, existem traços gerais que podem ser usados para recrutar e treinar esses jovens. 

Talvez você diga que treinamentos individuais não sejam possíveis por questões de custos e que a direção vai exigir certos padrões. Mas lembre-se de que tecnologias mobile e interativas permitem um alto grau de personalização. Além disso, um pouco de comprometimento pode ser necessário e servir de aprendizagem para os milênios.

O T&D envolve todos os colaboradores durante toda sua carreira

Isso serve tanto para uma pessoa de 21 anos que acabou de sair da faculdade quanto para uma de 60. Na verdade, estudos mostram que estimular e desafiar o cérebro continuamente faz com que as pessoas vivam mais. Se não isso, vivem melhor. 

O treinamento e o desenvolvimento é uma solução em que o colaborador e a organização saem ganhando. O que surpreende é a quantidade de características da geração Y que se aplica às outras gerações. 

Várias pessoas da geração baby boomer ainda farão parte do cenário profissional nos próximos vinte anos, as da geração X muito mais que isso. Toda generalização relativa a uma geração é simplista. 

Todos os colaboradores vão se beneficiar de programas bem concebidos e implementados para que possam dar mais sentido ao que fazem, ter mais flexibilidade nas condições de trabalho, fornecer informações suficientes e construir uma cultura de aprendizagem contínua. 

Aqui também entram todas as iniciativas que procuram mostrar a importância dos colaboradores e cuidar do seu bem-estar.